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Chairshot! #03 – Lesões no Pro-Wrestling: falta segurança?

Lesões atormentam a vida de muitos atletas, e no Pro-Wrestling não seria diferente

.Se você acompanha Pro-Wrestling com o mínimo de regularidade, já viu ou ao menos ouviu dizer que algum lutador se lesionou. Eu que acompanho esse esporte a mais ou menos uma década, já tive o desprazer de ver e saber desde lesões simples como dedos torcidos,  até lesões que terminam carreira (Daniel Bryan e Edge são exemplos disso), e no ápice da infelicidade (nem sempre só azar), lesões fatais.Daniel Bryan Lesão

Antes de tudo, me chamo Vitor Matheus e é um prazer tê-lo lendo esse texto. É importante dizer que decidi escrever esse artigo, o meu terceiro artigo da série “Chairshot!”, após saber da lesão de Katsuyori Shibata, em sua luta contra Kazuchika Okada, a umas duas semanas atrás, porém após a estréia televisiva de Cezar Bononi, preferi dar prioridade ao texto da semana passada.

Pretendo me aprofundar até certo ponto no que diz respeito a seguridade do Pro-Wrestling.Porém quero deixar bem claro que entendo que como qualquer esporte, é totalmente normal lesões acontecerem. Por mais seguro que seja o ambiente de trabalho, quando você usa a si mesmo como objeto de trabalho, uma hora você acaba “quebrando”.

Para ter noção disso, creio que empresas como WWE e NJPW são bons exemplos. No Pro-Wrestling mundial, essas duas empresas tem estruturas incríveis de equipe médica, tanto no intuito de prevenir lesões, como no de remediar. E mesmo assim os dois plantéis dessas duas empresas, sofrem inúmeras baixas por lesões durante todo o tempo. Basta você ser um leitor assíduo do Wrestlemaníacos e verá várias notícias que provam meu argumento.

A questão no que se refere a seguridade do nosso esporte, ela pode ser questionada basicamente em dois pontos-chaves: falta de preparo médico (seja esse déficit por parte do empregado ou do empregador), ou falta de “consciência”.

O primeiro ponto que citei, é bem comum em empresas de pequeno e médio porte, onde por muitas vezes não há muita condição financeira, e talvez nem tanto interesse por parte do empregador em manter a segurança de seus lutadores. Por isso lesões acabam com carreiras de lutadores promissores mundo a fora, e por muitas vezes nós nem ficamos sabendo.

Por muitas vezes esse despreparo parte dos próprios lutadores, que já não ligam para saúde, abusam de drogas (lícitas e principalmente ilícitas, né?). Nomes renomados no Pro-Wrestling já passaram por vexames por causa de drogas (e você sabe que eu estou falando do Jeff Hardy), botando em risco o seu corpo e dos que ali compartilham o ringue, até porque nenhum esporte é mais coletivo que o Pro-Wrestling, onde seu próprio adversário é ao mesmo tempo seu parceiro, não é?

Esse ponto passa por uma discussão válida, é importante questionar essa falta de cuidado, mas não vem tanto ao caso, porquê isso talvez seja uma questão muito mais legal (da parte de regular legalmente o funcionamento de uma promoção de Pro-Wrestling).

Mas acima nesse texto, falei de um segundo motivo que resultaria em falta de segurança no Pro-Wrestling, o qual chamei de falta de “consciência” (entre aspas porquê não tem tanto a ver com consciência, mas não encontrei termo melhor). Quando você é um lutador, e passa por uma luta de 30 minutos, 40 minutos, seu corpo chega a um ponto de esforço físico que pode se dizer ser “preocupante”.

Não notamos muito isso por que na maioria das vezes, nada acontece, e confesso que eu mesmo nunca me dei o trabalho de pensar no quão desgastante era uma luta grande (em duração) como as que citei. Até que Shibata decidiu aplicar um “Headbutt” em Okada, com seu corpo totalmente desidratado depois de 40 minutos lavando seu corpo de suor dentro daquele ringue em terras nipônicas.

É importante ressaltar que a NJPW tem uma estrutura imensa e muito qualificada. Katsuyori Shibata sempre foi um grande atleta e nunca demonstrou irresponsabilidade. Bom, isso inibe nossa primeira possibilidade, e já podemos afirmar que faltou “consciência”. Shibata é um grande nome de uma “escola” da luta livre em que se pratica o “strong style”, em tradução literal, o “estilo forte”. Esse conteúdo cabe em um texto único, então apenas quero resumir dizendo que tem a ver com a intensidade na qual você aplica um movimento, sempre muito forte, para impactar.

O ponto é que há de se ter discernimento, há de se usar a inteligência a favor de uma boa luta. Não arriscar tudo de si com mais uma cabeçada ou o que seja para impactar, pois o impacto, como visto, pode ser extremamente negativo.

E cabe as promoções terem o cuidado de especificar regras que cuidem de suas estrelas, para que não tenhamos mais se juntando a: Hayabusa, Mitsuharu Misawa, Perro Aguayo Jr, e tantos outros que faleceram em ringue, e nem a lista daqueles que encerraram suas carreiras devido a lesões. E que o Katsuyori Shibata fique fora disso, pro bem dos apaixonados por Pro-Wrestling.

Sei que esse texto ficou grande, beirando 1000 palavras, porém é um assunto que dá muito pano pra manga. Então agradeço a leitura de quem até aqui chegar pois a presença de vocês é vital. Espero ler comentários, e me digam se concordam ou não comigo, se estou por ser dramático ou polêmico demais. E espero sugestões de temas também, claro! Até a próxima!

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