Salve, povo.
Em mais um texto neste espaço, venho com um pensamento sobre luta livre e as eleições estadunidenses. O que isso tem a ver? Quais as lições que podemos tirar? Leia, reflita, opine e sugira próximos temas para escritos nesse espaço.
Forte abraço e valeu!
Lutinha e Eleições Estadunidenses.
Juro pra vocês que esse não seria o tema do que iria escrever nessa quinzena. Mas, diante de tanta coisa que li, vi e ouvi, não pude deixar de tratar aqui, que são as eleições do Legislativo e Executivo estadunidense neste ano de 2020. Por mais que isso não tenha, definitivamente, nada a ver com o nosso país – que, por sinal, já tem os seus próprios problemas políticos e precisa aprender a votar melhor, mas, esse não é o foco no momento -, acaba resvalando um pouco, especialmente quando somos um dos dez países com mais acordos com os Estados Unidos.
Para além do sistema eleitoral sofrível que aquela nação possui, fiquei curioso em saber sobre quem os pro wrestlers de lá estavam apoiando. Surpreendentemente, a disputa estava bem equilibrada, o que é um sinal interessante de diversidade de pensamentos dentro do esporte. Porém, a diferença desse ano para os demais é que o policiamento sobre quem as pessoas demostraram apoio veio feroz, e a tal da “cultura do cancelamento” pulula mais uma vez para o nosso meio, nos dando um sinal de alerta, por conta de alguns pontos.
De todos esses tópicos, o que mais me chamou a atenção (e que, talvez, resuma os outros) é que a simples decisão de quem a pessoa votará não pode interferir no que achamos dele ou dela dentro do ringue. Até porque, se olharmos para nosso arraial, muitos votaram em nosso atual chefe do Executivo a dois anos atrás, e conhecemos vários que são boas pessoas e, por motivos até plausíveis para elas, votaram nele (com grande parte se arrependendo profundamente, mas, ok). Se começarmos a querer apontar dedos na cara das pessoas por algo que elas têm a liberdade de fazer, teremos dado a mesma abertura para as pessoas agirem com a gente da mesma forma, e aí começa um ciclo vicioso de ódio que favorece e é defendido por aqueles que não defendem uma democracia com o mínimo de dignidade.
O que temos que ficar de olho é o quanto que as ideias que aquele candidato que foi votado tem influenciam as pessoas em seu cotidiano e o quanto elas querem usar o pro wrestling como plataforma para passar ensinamentos destrutivos. Afinal, dentro da luta livre, conhecemos milhares de casos de pessoas que defendem causas certas ou erradas e o voto representa um desaguar daqueles pensamentos, transformado em confiança naquela pessoa.
Isso nos faz a favor de causas absurdas, como liberação de armas de fogo, expulsão de pessoas não originárias do país, sexismo, machismo, censura, homofobia, racismo, dentre outras? Jamais. Afinal, pensar assim passa longe de qualquer coisa que a luta livre profissional deseja mostrar para as pessoas. Porém, se eu quero que a minha liberdade seja respeitada, a do outro precisa e necessita ser também, mesmo que diametralmente contrária a nossa. Afinal, se eu achei absurdo o Otis perder a maleta do Money in the Bank para The Miz, não será por isso que te xingarei ou te impedirei de achar que foi a melhor coisa, né?
O voto não define o caráter. Mas o voto pode, de alguma forma, nos dar alguns alertas sobre o caminho que aquela pessoa deseja trilhar na vida dela. Cabe a nós caminhar e construir pelas diferenças, trabalhando pelo que é certo e mostrando ao errado, no cotidiano, os erros, para que eles sejam limados.
Que texto foda!