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Na Teia do Aranha #117 – Movendo a Roda

Salve, povo!

Em mais um pensamento neste espaço, a ideia é dar um conselho. Simples assim.

Quer saber qual? Leia, refleita, comente, debata e deixe sugestões de temas para próximos textos.

Abraços e valeu!

Movendo a Roda

Normalmente, entro neste espaço para apresentar a vocês reflexões sobre o universo da luta livre profissional, fazendo uso de exemplos mil. Mas, hoje, a ideia é ser mais direto possível (esperando que você não tenha abandonado esse texto depois de ter lido as primeiras linhas, pois isso, me deixaria triste – viu como dá pra enrolar se quisesse?).

Normalmente, quando torcemos para algum lutador ou lutadora nos nossos shows favoritos, sabemos que há uma máquina enorme por trás, desde dirigentes, treinadores, mídia, marketing, financeiro, dentre outras áreas que são correlatas e complementares, dentro do negócio chamado pro wrestling.

E como qualquer negócio, ele não é controlado por robôs ou espíritos do mal, da luta e da discórdia (que dão a este ogro caído uma nov… pegou a referência?), mas por seres humanos. Sim, que coisa óbvia que disse. Mas, o que talvez esquecemos é que nenhum ser humano pensa exatamente igual ao outro em todos os aspectos.

Com isso, sabemos que, em um grupo social, pessoas pensam diferente, mas se unem por preferências em comum. E conviver com as diferenças faz uma diferença enorme na construção de nosso caráter perante si mesmo e à sociedade que te circunda. Todavia, nem todo mundo sabe (ou quer) conviver com as diferenças, causando certos atritos nessas relações.

Às vezes, queremos que alguém que conehcemos tenha uma opinião igual a nossa. Se é um pouco diferente, torcemos o bico. Se é muito diferente, “cancelamos” sem dó. O “tribunal da internet” existe e funciona ininterruptamente com esse intuito. Porém, creio que somos muito melhores que esses reducionismos feitos por toda a rede mundial de computadores.

Onde quero chegar? Pois bem: ultimamente temos visto muitas pessoas se decepcionando com outras dentro da comunidade brasileira de fãs de luta livre profissional (a tão famigerada IWC BR), devido a opiniões que, por mais que para nós sejam absurdas, para a pessoa, falar aquele imprompério é tão natural quanto beber água ou respirar.

Está na cultura de vida daquela pessoa pensar que homens e mulheres tem direitos diferentes, de que o problema nunca tem alguma causa nela, mas sempre do lado de fora, de que receber críticas é algo ruim para ela e para a bandeira que levanta, de que o tratamento precisa ser diferenciado para ele em relação ao resto da humanidade por algum motivo que ela mesma desconhece.

Isso não tira da gente o dever de respeitar a opinião do outro, desde que isso não afete, com violência, as regras básicas de convivência da sociedade. Afinal, pense que, provavelmente, a sua opinião bate no ouvido daquele que você discorda da mesma forma que a dele bate no seu. Então, esse exercício é importante, até para que não percamos a razão.

A lição que fica nisso tudo: nunca ponhamos o nosso coração e a nossa esperança de mudança no ser humano. Ele vai te decepcionar pra cacete. Ele vai falar um monte de bobagem. Mas, de alguma forma, a gente se pega, do nada, revendo programas com essas mesmas pessoas (ou você nunca xingou a WWE, dizendo que nunca mais veria o RAW e, daqui a pouco, estava lá, assistindo, mesmo que seja uma storyline resumida no YouTube?).

Então, é mais do que na hora de pensarmos em como fazer essa roda girar, caminhando pra frente, mostrando nas práticas e nas opiniões sinceras e respeitosas, que o status quo do pro wrestling precisa ser mudado. Não tiraremos ninguém no grito e na porrada (desse jeito, é capaz de entrar alguém pior que o anterior). Moveremos essa roda pra frente no cotidiano, nos debates sinceros e no desejo prático de mudança, que começa no elemento mais importante dessa equação, que é o fã.

Por Joao Aranha

Gosto de lutinha a um tempo. Escrevo sobre lutinha a um tempo. Comentei lutinha na TV por um tempo. Ídolo do Rato e do Izac Luna nas horas vagas.

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