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Artigo – Roman Reigns e o ‘problema’ dos títulos unificados da WWE

A partir do momento que soou o gongo para a vitória de Roman Reigns no evento principal da segunda noite de Wrestlemania a principal discussão do mundo da luta livre se tornou monotemática: O que a WWE vai fazer com Roman Reigns agora? O detentor dos títulos Universal e da WWE agora é o Campeão Unificado de uma empresa que possui dois shows muito bem remunerados por duas gigantes da comunicação, e como lidar com isso? A WWE assumidamente não sabe, pra variar, mas nós não desistimos tão fácil assim.

Não é a primeira vez que a WWE se coloca numa posição de transformar o topo da empresa em um lugar só ao invés de dois campeonatos mundiais, com o primeiro dentro da era moderna (Afinal as unificações de cinturão eram muito comuns na época dos territórios, Lou Thesz que o diga) foi com Chris Jericho em 2001, que unificou os títulos da WWE e da WCW, mas também com Randy Orton em 2013 que unificou o WWE Championship ao World Heavyweight Championship.

Nas duas situações a solução foi criar um titulo secundário com caráter mundial para o show que estava sem o campeão, com o retorno do “Grande Cinturão Dourado” em 2002 e a criação do Universal Championship em 2016. Talvez a gente esteja próximo de ver isso acontecendo mais uma vez, em um momento no qual utilizar o Roman Reigns nos dois shows já seria mais desgastante ainda do que foi toda essa Road to Wrestlemania e a concentração de construção para uma luta ruim, antes do gongo citado no começo do texto. Isso não deve demorar também pois manter Reigns em um dos shows não agradará em nada à NBC ou à FOX, que investiram MUITO dinheiro no contrato atual da transmissão dos shows e que ficariam sem um campeão mundial aparecendo semanalmente, como já foi o caso do Monday Night Raw de ontem (12/04).

Bom, criar um novo título é fácil, mas como torna-lo credível? Nas duas situações citadas anteriormente, apesar do campeão com o título ser um nome credível, o novo campeão estava no mesmo patamar: Brock Lesnar segurou o WWE Championship no Smackdown em 2002 enquanto Triple H se tornava o primeiro WWE World Heavyweight Champion do Raw. Em 2016 Dean Ambrose conquistava o WWE Championship para o Smackdown após o cash-in e Finn Balor se consagrava Universal Champion em uma luta contra Seth Rollins, num momento de transição de eras da WWE. Em 2022, quem está no mesmo patamar que Roman Reigns.

Obviamente que nem sempre a WWE fez questão de tratar seus dois campeões mundiais como pessoas no mesmo patamar de importância dentro da empresa, mas como você transformar um novo título mundial em algo cujo público anseia em ver seu lutador favorito conquistar? Apesar creditá-lo como mundial pode não dar certo, visto o que aconteceu com o Universal Championship, que não “pegou”, muito graças a infelicidade da lesão de Finn Balor logo no inicio do reinado.

Mas e agora? A WWE além de fazer questão de transformar Roman Reigns em um ser imbatível e criar um problema em suas futuras rivalidades: Enfrentar adversários fracos que não passam qualquer risco de derrota pode transformar o reinado como Undisputed Champion em algo mais maçante ainda, como a gente viu em casos como os de Big E, que fez um péssimo reinado graças ao nível de destaque dos seus oponentes. Se para enfrentar o Roman Reigns já é uma tarefa complicada achar alguém que chegue minimamente perto de seu destaque, para coroar um novo campeão mundial a situação é mais complicada ainda.

Os quatro nomes mais “próximos” porém com seus percalços até um novo reinado são: Drew McIntyre, que vem de uma rivalidade tenebrosa em plena Wrestlemania contra Happy Corbin em um momento que ele não deveria descolar de Reigns no Smackdown, e agora a WWE que lute para recuperar o prestígio que o nome dele recebeu ao vencer Brock Lesnar na Wrestlemania 36; Bobby Lashley, que entrou na Road to Wrestlemania como campeão e simplesmente foi escanteado sem motívo nenhum, mas que fez um reinado muito decente no final de 2021, basta ver quais rumos vão levar essa rivalidade com Omos; Kevin Owens, que recebeu um destaque absurdo ao enfrentar o maior nome da história da WWE na luta principal de uma das noites de Wrestlemania e pode aproveitar esse destaque para se reposicionar no card, caso a WWE não seja imbecil e pare de envolve-lo em uma storyline sem pé nem cabeça com Ezekiel/Elias já na próxima semana; e finalmente Cody Rhodes, que retorna à WWE com um hype absurdo por toda sua jornada construída desde sua saída e neste retorno deixando claro que quer conquistar aquilo que seu pai, o “American Dream” Dusty Rhodes ainda não conquistou: O título mundial.

Talvez um torneio com esses nomes chegando ás semifinais seria um desenvolvimento interessante para esse pós-Wrestlemania? Não sei, eu já perdi completamente a confiança de que a WWE vai seguir o caminho mais correto até os objetivos dela e no final das contas ela colocar um Goldberg da vida para “prestigiar” um novo campeonato mundial que teria sua primeira coroação na Arábia Saudita (Ou em Cardiff, VAMO MCINTYRE!) daquele jeito que mais irritaria ao publico, ou Roman Reigns sendo enfiado goela abaixo na segunda e na sexta em rivalidades sem propósito contra oponentes que não terão chance nenhuma até Reigns superar o 2800 dias de reinado de Bruno Sammartino.

Eu não aposto um centavo em nada que eu disse aqui.

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