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Chairshot! #05 – O campeão “Indiano”

Como um Indo-Canadense que há cerca de 4 anos é um mero peão, se tornou o Rei.

Amigos, se eu perguntar-lhes qual a maior empresa de Pro-Wrestling de mundo, a resposta é fácil, correto? A WWE domina o cenário mundial, mais ou menos desde… sempre.

Até em países em que o produto não é lá uma prioridade (vide o nosso Brasil), a WWE tem uma grande gama de fãs, e até arrisca uns House Shows. Inclusive comemoramos o aniversário de 5 anos do show de São Paulo semana passada.

Esses lugares em que a modalidade não tem tanta força, são a oportunidade certeira que a WWE tem de expandir, principalmente se o possível público-alvo for grande. E isso explica muita coisa.

Pela quinta de muitas vezes me apresento, me chamo Vitor Matheus, e esse aqui é o Chairshot!

Hoje eu queria fazer uma análise ampla sobre a globalização da WWE, era um plano que eu já tinha a muito tempo, mas eu, como muitos de vocês, vi o Backlash, e surpreso após a vitória de Jinder Mahal, que conquistou o WWE Championship, decidi escrever de maneira específica.

Para os mais perdidos, que estejam possivelmente descontextualizados, vale a pena dar uma resumida no passado de Jinder Mahal. Durante a sua primeira passagem, o lutador Indo-Canadense (ele nasceu no Canadá, tem apenas descendência Indiana, o que explica as aspas no título do texto) não teve muito sucesso.

Mahal esteve em algumas poucas histórias, uma envolvia The Great Khali, e logo depois foi colocado na Three Man Band (3MB), onde lá passou junto a Drew McIntyre e Heath Slater um bom tempo. Foi demitido, e voltou com um porte físico muito maior, e inclusive até melhor em ringue. O resto vocês já sabem.

E sabem bem, por que se o mundo se chocou ao ver Jinder Mahal conquistando a oportunidade de enfrentar Randy Orton no Backlash, ao vê-lo vencer então… alguns fãs colapsaram.

A primeira pergunta que ecoou na minha cabeça foi: “Por quê?”. Esperei a luta acontecer realmente para talvez pensar na resposta. Mahal venceu e eu fui atrás de entender o que explicaria a vitória do mesmo.

Não demorei muito a me dar conta: India. O que contou quase que totalmente na escolha de dar a Jinder Mahal, um dos principais títulos da empresa, com certeza foi uma jogada totalmente empresarial de conquistar cada vez mais espaço e dinheiro (sempre ele…) jogando com o mercado Indiano.

A Índia tem uma população de mais de 1.3 bilhões de habitantes, cerca de 450 milhões de usuários de internet (taxa de crescimento exponencial, ou seja, espere mais alguns anos e isso deve chegar a 1 bilhao).

Já a WWE, que espera ter cerca de 3 milhões de contratantes do WWE Network em um determinado tempo, tem apenas 1.8 milhões atualmente, estando em Deficit. Faça as contas.

Mais importante que isso: a Índia não é tão fã de Pro-Wrestling (seu principal esporte é o Cricket, praticamente só se joga Cricket por lá) mas mesmo assim tem grande parte dos seguidores de mídias sociais da WWE. Nisso a WWE deve ter visto uma grande oportunidade de crescer por lá.

Um cara que entrou a algum tempo na WWE, e sempre foi um mero peão, agora segura um dos principais títulos da empresa, e se torna aos poucos uma mina de dinheiro pra o império do nosso querido Vince McMahon.

Agora faz mais sentido, né?

Isso não é novo, The Great Khali sempre passou bem longe de ser bom em ringue, mas esteve na empresa por 8 anos, estrelou filmes, ganhou títulos, derrotou The Undertaker, e voltou pra Índia se tornando uma super-estrela (há quem diga que depois dos ídolos do Cricket, Khali seja um dos grandes nomes do esporte no país).

Inclusive, vem sendo tendência por parte da WWE investir em territórios de certa maneira afastados do Pro-Wrestling, como política de globalização interna. Tian Bing foi o primeiro chinês a estar numa Royal Rumble, isso fala muito sobre isso. O Brasil é um país populoso. Temos um grande nome no NXT… será?!

Enfim, espero ter esclarecido algumas arestas a cerca de motivações da vitória de Mahal. Dúvidas, sugestões de pauta, feedback, ou por qualquer outro motivo, comentem e prometo tentar responder-lhes. Agradeço sua leitura, e até a próxima!

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