Salve, povo!
Em mais um texto neste espaço, trago a impressão sobre um fato bem interessante ocorrido por conta do embate entre Tay Conti e Hikaru Shida pelo título feminino da AEW. Quer saber o que é? Leia, reflita, comente e sugira temas para os próximos textos.
Abraços e valeu!
Ainda há Esperança? Esperamos.
Estou escrevendo este texto no dia seguinte à luta de Tay Conti contra Hikaru Shida, pelo cinturão mundial feminino da AEW, nos Estados Unidos. Parei, com calma, e assisti o embate, sendo uma ótima luta da parte das duas. Taynara (assim como Cezar Bononi) estão em franco desenvolvimento dentro da empresa, conquistando seus espaços e, assim, abrindo caminhos de sonhos para muitas e muitos brasileiros que, assistindo a eles pela televisão, conseguem ver possibilidades de fazerem seus anseios em serem lutadores de luta livre profissionais se tornarem reais.
Nos dias que antecederam o duelo, desde a sua confirmação, até o seu acontecimento, os fãs brasileiros, em polvorosa, em todas as redes sociais possíveis, levantaram a hashtag #TayDay, em apoio a atleta, gerando memes e palavras de apoio sem fim, tanto de dentro do país, quanto de admiradores estrangeiros, que reconheceram nela muito mais do que somente um belo rosto e corpo, mas alguém com competência para estar lá, desafiando a campeã, por um título de uma das grandes promoções estadunidenses do esporte, televisionado para todo o mundo ver.
Sinceramente, nada disso me surpreendeu. O que chamou a atenção foi o que ocorreu exatamente após a luta. (SPOILER ALERT) Com a confirmação da derrota de Taynara, o primeiro pensamento que me veio foi aquele que é mais comum, dentro do comportamento padrão do brasileiro, que é escarnecer e achar que, a mesma pessoa que era a melhor do universo a algumas horas atrás, se tornou a pessoa mais inútil da galáxia. Infelizmente, nós, brasileiros, apenas torcemos por aqueles que estão no primeiro lugar. É cultural. Não aceitamos o segundo ou terceiro lugar. Não aceitamos ser um dos dez ou vinte melhores do mundo inteiro. Se não for o primeiro, o ouro, o top, o melhor, parece que se cria um ciclo de ódio e desprezo. E o universo do pro wrestling não foge dessa triste mentalidade pequena.
Porém, para minha surpresa, o que vi foi bastante oposto ao que falei no parágrafo anterior. Muitas pessoas, de todos os cantos do mundo, bateram palmas para a exibição da brasileira com a japonesa e continuaram a dar suporte, mesmo com a derrota da nossa conterrânea. Entenderam que Tay Conti é um nome que está se estabelecendo no universo da luta livre e que o que aconteceu ontem foi mais um passo para o desenvolvimento deste processo. Entenderam que uma das maiores graças do ato de torcer por alguém ou por alguma causa é ver todas as suas etapas, com vitórias, derrotas, crescimentos, quedas, mas, acima de tudo, nunca abandonar aquele que você acompanha, por saber que a maior alegria é o caminho.
Sabemos que existem algumas pessoas que ainda criticarão, que terão uma visão retrógrada do processo. Mas, ao olhar o caminho, saberemos que a data de 21 de abril de 2021, para os fãs de luta livre no Brasil, a despeito do que dizem, será marcado como o dia em que Tay Conti fez história lutando contra Hikaru Shida. Mas, parece que a história também se deu quanto a essa suposta mudança de atitude do público, dentro e fora de nossas bolhas. Ainda há esperança? Esperamos.
P.S.: Se você está lendo esta coluna na exata semana em que ela foi publicada, a luta citada acima será transmitida aqui no Brasil no AEW Dynamite do próximo sábado, 23:00, no Canal Space, com narração de Octavio Neto e comentários de Marcelo Ferrantini. Ótima oportunidade de ver essa luta, com emoção extra.
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