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Na Teia do Aranha #72 – WWE “in loco”

Acreditando e Vivendo

Salve, povo e pova!

Passando por aqui, mais uma vez, para (agora sim!) escrever sobre a experiência que vivi em agosto passado. Além de algumas reflexões sobre isso. Quer saber mais? Leia, reflita, opine e aproveite.

Valeu!

Trabalhando, Acreditando, Vivendo.

Desde que era criança, sempre ouvi de várias pessoas aquela bela frase: “siga em busca de seus sonhos!” Frase bonita? Sim. Fácil de se executar na realidade? Nem tanto. Ainda mais em tempos tão sombrios em que vivemos no país, onde a luta primaz de qualquer pessoa que se preze é sobreviver para, depois de tudo, pensar em, talvez, viver alguns breves e mágicos momentos de diversão e entretenimento, que nos desligam do nosso contexto. Da bala perdida e encontrada no crânio de alguém. Do choro da pessoa próxima que sofre para ganhar um mísero salário mínimo ao final do mês, às custas de quem não entende e não faz questão de que você queira sonhar, mas só se importa com a produção em dia e com o lucro gordo no bolso de quem interessa. E, com certeza, não estamos incluídos nessa.

A luta livre é uma dessas formas de escape – pra mim, uma das mais grandiosas. Durante as horas que assisto os shows, nacionais ou internacionais, é o momento em que adentro àquele universo de força, agilidade, beleza, humor e emoção. E, desde que me entendo por gente e assisto a WWF (no entremeio de Bandeirantes e Manchete). Eu me via estando lá, olhando aquele universo in loco, respirando e, mesmo que fosse a pior coisa da história no fim das contas, que fosse algo que eu vivi.

E esse era um desses sonhos que a vida foi anulando em meio às vicissitudes do cotidiano. Em 2011, fiz uma promessa a mim mesmo que, até 2020, assistiria as principais empresas de luta livre dos Estados Unidos (IMPACT, ROH, WWE). O foco foi em conseguir a coisa mais importante nesse processo de me levar em prol deste sonho (que muitos não acreditaram e até caçoaram, mas, pergunta se me importei?): dinheiro. E o único caminho foi ralar, estudar, trabalhar até alcançar um patamar de vida que me permitisse fazer isto. Mas, passei por todo o processo que foi dito no primeiro parágrafo –  e que continuo a passar, porém, mais experiente e resiliente que nunca.

Em 2012 – mais cedo do que imaginava – tive a felicidade de descobrir que o ROH Border Wars aconteceu a apenas algumas estações de metrô de onde morei (Toronto, ON, Canada). Não iria perder a chance de estar lá. E pela primeira vez em anos, fiquei sem voz e quase sem corpo, de tanto que a noite foi animada. De Eddie Edwards até Kevin Steen, passando por The Young Bucks, Jay Lethal, Lance Storm e Benjamin & Haas – o show foi incrível! Era o primeiro check da “tríade”, que não me deixou satisfeito, e comecei a me esforçar ainda mais pra que isso acontecesse.

Por situações muito curiosas e algumas coincidências muito felizes, em 2014, fui à Nova Iorque. E no Manhattan Ballroom, tive a felicidade de presenciar ao vivo as gravações do IMPACT! e do TNA Hard(Core) Justice. Mais uma noite marcada na memória, em que as primeiras coisas que vem a mente são Bram vs. Abyss jorrando sangue até na plateia e Team 3D x The Wolves x Hardy Boyz (meu orgasmo esportivo, levando em conta que sou fã assumido de tag teams).

Mas faltava uma. A empresa do Tio Vince. A casa do Trips. A WWE.

E, três anos depois, por felicidades que a vida nos proporciona (pela ralação de cada dia), recebi no e-mail quatro ingressos: WWE NXT Takeover: Brooklyn III, WWE SummerSlam, WWE RAW e WWE SmackDown Live @ Barclays Center. O e-mail dizia: “Venha e viva o seu sonho!” Não tive muita reação por algumas horas, procurando saber o que fazer. E os pouquíssimos que sabiam só sabiam me dizer um verbo, no maior dos imperativos: “Vai!”

Atendendo o pedido do e-mail, dos amigos e, principalmente, do coração, peguei o passaporte, arrumei o visto, arrumei um quarto digno, passagens aereas na promoção e me mandei pra Nova Iorque mais uma vez. Hospedado no Brooklyn, presenciei, mais uma vez, como esta cidade respira pro wrestling em todos os seus poros – indo muito além do Madison Square Garden, que, por si só, já é a história viva do esporte no meio de Manhattan.

Foi uma experiência única, magnífica, numa estrutura absurda.: O Barclays Center tem capacidade para pouco mais de 19.000 lugares. Isso torna o ginásio do Brooklyn Nets, da NBA, e do N.Y. Islanders, da NHL, um verdadeiro caldeirão para o publico. Fãs enormemente apaixonados (às vezes exageradamente, mas nada que tire o brilho dos eventos). Barulho e organização do início ao fim dos eventos. É muito diferente ver algo assim pelos closes das câmeras e você testemunhar com seus olhos Strowman jogar Lesnar numa mesa como se o ex-campeão do UFC fosse um saco de arroz que você joga na sua despensa. Adam Cole e ReDragon invadirem o NXT e fazerem toda a plateia ficar em pé, em polvorosa. The Usos fazerem seus voos contra a The New Day, dentre outros momentos.

Se pudesse, queria que todos pudessem viver esta experiencia que tive a oportunidade. Mas, entendo a dificuldade de se conseguir isso (afinal, você deve estar lendo isso e imaginando que sou milionário, ando de helicóptero e jatinho e compro coxinha e suco de caju em dólar, né? Mero engano. A coisa mais chique que tenho é meu “Mercedão” – apelido do ônibus lotado que me conduz entre o trabalho e minha casa, todos os dias da semana). E envio energias positivas a todos aqueles que já estão se esforçando para alcançar o que desejam. Deixando abertas as redes sociais para aqueles que gostariam de fazer isso um dia e já estão se programando e/ou se esforçando para isto. Um passo de cada vez e os sonhos, certamente, não são impossíveis.

Por Joao Aranha

Gosto de lutinha a um tempo. Escrevo sobre lutinha a um tempo. Comentei lutinha na TV por um tempo. Ídolo do Rato e do Izac Luna nas horas vagas.

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