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Na Teia do Aranha #84

Será que as televisões tem cuidado com a luta livre?

Salve, povo!

Mais uma segunda, mais um pensamento aqui para vocês. Dessa vez, diante da (maluca) estreia da WWE no SBT, nos perguntamos: quem é que cuidou bem da nossa amada luta livre na tevê?

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Forte abraço e valeu!

Um Olhar Mais Cuidadoso

No exato momento que sento pra escrever esse texto, é dia 13 de abril de 2020. E o que isso importa? Diante do fato que, dois dias atrás, o WWE RAW voltou a ser exibido no SBT, e que, nesse mesmo dia e horário, o SmackDown passava no Fox Sports Brasil, aliado ao fato que, devido a uma vontade (ou será capricho?) do dono da emissora paulista, abruptamente, descobrimos que o RAW foi repetido às 14:00 de uma segunda-feira para alguns locais do Brasil (pois dependeu da retransmissora do canal e sua programação local), importa muito.

Importa porque se percebe que, o que aconteceu nesse final de semana, mesmo tendo um cunho histórico para os fãs de luta livre, demonstra, ao mesmo tempo, algo que, costumeiramente acontece com o produto “programa de luta livre” na mídia brasileira: a total falta de cuidado com o que se tem nas mãos, transformando os shows em meros “tapa-buracos” de grades de programação que estão desesperadas para alçar pontinhos nessa cruel batalha pela audiência.

É muito interessante notar que, historicamente, tanto TV Bandeirantes, Rede Manchete, RedeTV!  e SBT não demonstraram cuidado algum com o show o qual pagaram pelos direitos – o que, de cara, deveria suscitar algum cuidado por parte das emissoras, pois, repito, custou dinheiro!

O processo começa com a falta de divulgação de qualidade, com contratos anunciados em cima da hora e estreias que só acabemos sabendo devido às redes de contatos e, atualmente, por conta da internet, que acelera um pouco a descoberta dessas novidades (imagina então, nos anos de 1990!), pois, se dependêssemos da divulgação das emissoras, estaríamos condenados ao desconhecimento. Continua com exibições em horários de escolha, no mínimo, duvidosa, justificados como escolhas para atenderem as disposições da grade programação, disfarçam a famosa realidade do “esse horário é o que tem, e se deem por satisfeitos”. Afinal, quem em sã consciência, fez uma pesquisa com o mínimo de embasamento e descobriu que o melhor horário para que a WWE voltasse para o SBT seria em um sábado à noite (faixa da semana em que o maior público-alvo do esporte não está diante de uma televisão), logo depois de um programa em que o público-alvo compreende senhoras que gostam de crianças fantasiadas e moças que curtem pagodeiros? Termina com mudanças de horário repentinas, gerando um total caos para quem gosta do programa e deseja acompanhar por esse meio (lembremos que estamos em um país onde somente cerca de um terço da população possui sinal de televisão por assinatura).

A Fox Sports – principal detentora dos shows da WWE no Brasil – faz propagandas esporádicas do seu produto durante a sua programação, as quais estão bastante desatualizadas. E é isso. Nem consigo lembrar a última vez em que houve uma matéria especial do Fox Sports sobre a WWE para o Brasil. E não consigo achar um motivo para tal, já que a Fox Sports de língua espanhola para a América Latina faz várias entrevistas e matérias sobre a WWE, as quais passam em seus programas esportivos diários, quando ocorre.  Começam nos shows e no WWE Vintage e termina nisso, lamentavelmente.

Vale uma menção mais do que honrosa para o Esporte Interativo, que, durante o seu tempo de exibição de RAW, SmackDown e IMPACT Wrestling, teve cuidados únicos com os shows de luta livre em nosso território: designou apresentadores para os programas, criou uma rivalidade saudável e bacana entre eles, faziam matérias sobre os shows e eventos das empresas – algumas até “in loco” – e até promoveram a vinda de um dos lutadores ao Brasil, para promover os shows que eram televisionados. Creio que, de todos os trabalhos com a luta livre na televisão, a da extinta emissora foi, salvo esquecimento, o melhor presenciado até agora – e olha que era um modelo de “road show”, semelhante ao que passa no SBT atualmente, o que aumenta ainda mais o mérito deles.

Não pretendo entrar no tratamento que as televisões dão para os programas nacionais de luta livre, pois, esse buraco é muito mais fundo. Contudo, vale frisar uma coisa que é bastante comum e que não bate no cálculo feito pelos executivos das televisões: como que as pessoas querem que um produto que se pretende ser televisionado faça sucesso, se ele não é bem tratado pelos mesmos, com uma campanha midiática minimamente digna? O que nos resta, como fãs do esporte, é nos direcionarmos constantemente às televisões que exibem a WWE, marcando território e pedindo pela melhoria do cuidado que se ter com o produto, para que possa ser prestigiado pelo maior número possível de pessoas, isso reflita em audiência e, consequentemente, no que eles tanto querem: o lucro em cima da luta livre. E teremos o que queremos: respeito.

Por Joao Aranha

Gosto de lutinha a um tempo. Escrevo sobre lutinha a um tempo. Comentei lutinha na TV por um tempo. Ídolo do Rato e do Izac Luna nas horas vagas.

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