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Na Teia do Aranha #86 – Um por um e todos por todos

Até onde o excesso de lutadores em uma empresa só ajuda ou prejudica a luta livre?

Salve, povo!

Espero que todos estejam bem e seguros.

Nessa semana, trago a vocês neste espaço um pensamento que já queria ter escrito a um tempo, mas, (acho que) consegui colocar um pouco do que penso sobre, que é o inchaço de talentos na WWE.

Clique abaixo, no “Leia Mais”, reflita, comente e deixe sugestões, se possível, para os próximos pensamentos, ok?

Forte abraço, valeu e #fiquememcasasepuder

Um por um e todos por todos.

As demissões na WWE caminham para completar quase um mês. O tempo passou rápido, e, mesmo depois da primeira grande leva, alguns outros foram saindo aos poucos. E, ainda assim, dentre as muitas reclamações para além da maneira como ocorreu a demissão, uma delas ainda continua a permear as rodas de discussão, em forma de uma perguntinha que, mesmo que não tenha pensado agora, em algum momento de sua jornada como fã do “grande W” você já pensou: “E aí, quando que o (a) [insira o nome de seu(sua ) lutador(a) favorito(a) aqui] terá aquele push maneiro?”

Alguns dos demitidos da última leva.

Bom, analisando alguns números, de maneira bem grosseira, achamos algumas coisas que soam meio esquisitas. Por exemplo: segundo o site sportskeeda.com, até o dia 20 de abril de 2020, o plantel de lutadores da WWE – contando RAW, SmackDown, 205 Live, NXT e NXT UK – passavam da casa de 200. Todos eles precisam estar em cerca de 10 horas semanais de programação de combates. Excluindo os comerciais, podemos reduzir esse tempo para cerca de 8 horas semanais. Contando que um embate, em média, tem a duração de 10 minutos, que, divididos pelo tempo disponível para lutas, dão cerca de 48 lutas, que colocaria, pelo menos, 96 desses lutadores em atividade durante a semana. Ou seja, metade do plantel lutaria, metade chuparia o dedo. E olha que nem falamos de tempo de promos, entrevistas e afins –  como falei, é um cálculo grosseiro para olharmos o panorama.

E essa metade que não participa dos shows? Não entrou porque é ruim? Não entrou por que o Vince é feio, bobo e chato? Não entrou porque? Em boa parte das vezes, a razão é boba, mas é uma realidade constante: não há espaço para eles nos planejamentos de storyline da empresa. Ou seja, ficam esperando a famosa chance aparecer, para que voltem a aparecer na programação televisionada. Em alguns casos, não tão comuns quanto o primeiro, eles já sabem que estarão ali para aparecerem esporadicamente, apenas para o trabalho de jobber (ser derrotado por alguém rapidamente, para ajudar a construir a storyline do vencedor). Dispensar quando não se utiliza? Demitir quando não se é aproveitado? Se não for em um período altamente excepcional – como o que estamos vivendo por conta da pandemia de coronavirus, que gerou a demissão em massa já citada -, isso acontece mais normalmente ao final do contrato.

The Revival, talento estagnado?

O monopólio da WWE em relação às outras promoções de luta livre no mundo, aliada a tradição da empresa faz com que estar na empresa, além de sinônimo de qualidade, é também um status para quem já passou pelas mãos da família McMahon, se tornando um alvo de vida para muitos lutadores em empresas independentes mundo afora. Isso facilita a contratação da grande maioria dos talentos que se destacam nas empresas estadunidenses e internacionais. Em contrapartida, a não circulação dos talentos nas promoções cria um problema de retenção de público, pois os melhores se concentram apenas em um local, e não dá a oportunidade para que eles consigam criar a sua história, apenas pelo aguardo de uma oportunidade dentro da WWE.

Pode parecer algo muito irrisório a princípio, mas, quando se olha o histórico e se vê a maneira que a concorrência não chegava até a pouco tempo atrás, dá pra se entender como a concentração e o inchaço de talentos prejudica lutadores, promoções e o esporte em si. Com empresas como AEW, NJPW, AAA, dentre outras que ganham visibilidade internacional nos últimos anos, a esperança é que a desconcentração, no decorrer do tempo acontece. Assim, só teremos a agradecer, pois não é justo com o pro wrestling, em geral, que talentos sejam trancafiados, por puro interesse. É negócio? Sim. Mas, acima disso, há o esporte, a arte e a paixão, e essas nunca poderão ser concentradas ou manipuladas, sem que assumam consequências pelas atitudes tomadas.

Por Joao Aranha

Gosto de lutinha a um tempo. Escrevo sobre lutinha a um tempo. Comentei lutinha na TV por um tempo. Ídolo do Rato e do Izac Luna nas horas vagas.

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