Salve, povo!
Em mais um pensamento que trago nessa semana, um questionamento que as pessoas tem me feito bastante pelas redes sociais, que tem a ver com a luta livre nacional. Quer saber o que é? Leia, reflita, comente e sugira novos temas para irmos pensando por aqui.
Forte abraço e valeu!
O que tá faltando?
Com a pandemia do novo coronavirus, tenho feito, quase que semanalmente (às sextas-feiras) dentro do Instagram do Wrestlemaníacos, uma ‘live’ de perguntas e respostas, onde vários assuntos dentro da luta livre são levantados durante a hora de transmissão. E, dentre os vários temas abordados, surpreendentemente, tem surgido de maneira recorrente questões sobre a luta livre nacional. Entrando nesse tema específico, uma pergunta – escrita de formas e jeitos diferentes – quase sempre aparece:
“O que falta para a luta livre nacional fazer sucesso?”
Assumo para vocês que esse é um ponto que temos discutido dentro da comunidade brasileira de fãs de luta livre a, pelo menos, duas décadas. O que colocarei aqui são opiniões pessoais, sobre pontos principais que observo que dificultam o sucesso do pro wrestling brasileiro. Bem, então vamos lá:
1) Aporte financeiro: sim, é algo que falta a quase todos nós, mas, não adianta querermos que um esporte cresça se não temos a plena consciência de que ter uma estrutura com o mínimo de dignidade tem um custo e não é pequeno. E quando se cobra um ingresso num preço mínimo para ajudar no custeio das atividades, muitos reclamam sobre os valores. Sem falar na dificuldade que se tem de conseguir patrocínio, devido aos empresários, em muitos casos, não achar que ligar a sua marca a esse tipo de espetáculo compense. E sem esse aporte financeiro, complica muito investir no produto.
2) Gestão do produto: não entrarei aqui em profundos termos da área administrativa, mas, para além da nossa paixão pela luta livre, o que se tem em mãos é um produto de entretenimento esportivo. E ele precisa ser gerenciado de tal forma que atraia o público e mídia, com pessoas profissionais qualificadas e que trabalhem com certa exclusividade para o produto. Algumas promoções nacionais tem gente de qualidade e vontade perto, mas a falta de exclusividade (trabalhar somente na luta livre) torna as coisas mais árduas. Então, acaba que, na grande maioria das vezes, as pessoas qualificadas em gerir aprendem mais pelas pancadas que tomam no fazer do que por serem profissionais estudados na área. Até certo ponto, isso tem seu mérito, mas, chega a um ponto em que ir só no coração não é suficiente para o devido desenvolvimento.
3) Interesse das pessoas: esse é o ponto mais crítico, que acaba unindo os outros dois citados acima. Nos últimos anos, os produtos mais veiculados de luta livre na mídia nacional são os estrangeiros – em especial a WWE. Então, quem acaba curtindo o produto acaba tendo a ilusão de que todas as empresas que trabalham com luta livre serão iguais ou parecidas com a WWE, por exemplo, e não tem a menor compreensão de que a luta livre é diferente em cada local onde é praticada. Aí, olham qualquer programa de luta livre nacional e criticam vorazmente. Outro tipo de reclamação vem das pessoas que querem que o pro wrestling seja igual ao MMA, e jogam o famoso “é tudo de mentira” pra justificar a sua ignorância diante do que seja, realmente, a luta livre. Perdemos a cultura da luta livre, que permeou a sociedade brasileira na primeira metade do século passado, e, com isso, esquecemos totalmente o tripé que ela se constitui – esporte, arte e entretenimento.
Admito que, de certa forma, esses aspectos melhoraram consideravelmente nos últimos anos – especialmente, por conta do advento da internet, que tornou as conexões e a disseminação dos produtos mais fácil. Sei também que existem muito mais pontos além desses, que justificaria, talvez, um artigo científico sobre o tema. Mas, a partir desses três pontos, muitas outras coisas podem ser refletidas e desenvolvidas, pelo bem da luta livre nacional. Contudo, não podemos nos iludir: é um passo por vez, para que a melhoria seja sólida e visível a todos.
Se o publico que acompanha WWE (um terço que seja) e etc apoia-se as equipes nacionais todo o resto viria como consequencia, por que wrestling no Brasil não é uma coisa tão obscura como a gente imagina existe um nicho significativo.
Esse publico muitas vezes deixa de acompanhar ou critica se basendo em puro boca-boca, quando a BWF fez aquele show na Band ano passado eu vi em alguns grupos de Whatsapp que participo gente impressionada com o que viu por que nem imaginava que existia luta livre daquele nivel por aqui, ou então comentando que a BWF tirou os rounds sendo que a BWF não usa rounds a quase 10 anos.