Salve, povo!
Mais uma semana, mais um texto nesse espaço. Dessa vez, conversarei rapidinho sobre lesões e tempo de retorno. Que? Como assim?
Leia, reflita, comente e sugira próximos temas a serem pensados nesse espaço.
Abraços e valeu!
O tempo cura.
Assumo que esse texto surge a partir de um (bom) susto que tomei ao assistir o NXT Takeover 31, que foi o retorno de Ember Moon à marca, depois de ter sofrido um tipo de lesão gravíssima no tendão de aquiles. Esse tipo de lesão, em si, tem vários níveis de gravidade. Porém, Ember não somente rompeu o tendão em mais de uma parte, mas levou o osso junto, o que deve ter sido uma dor, no mínimo, grotesca, pois o tendão mais forte do corpo, para chegar a um nível de ruptura como a que ela sofreu, precisou ser castigado de uma forma pesada.
A própria lutadora, em uma entrevista dada a alguns meses, afirmou que não tinha prazo de retorno aos ringues, pois sabia que o que sofreu exigia um processo de recuperação complexo e lento. Em outra entrevista, afirmou que poderia ser uma lesão para pôr fim à sua carreira. Psicologicamente, não dá pra imaginar o quão pesada foi essa situação para ela, pois já tinha passado uma cirurgia no ombro no começo de 2019 e, meses depois de sua volta, sofre com um problema hospitalar. Contudo, a sua volta, por mais que nos deixe felizes, pois, no geral, é uma das melhores lutadoras no plantel atual da WWE, enseja alguns cuidados e olhares sobre essa situação.
“Ah, mas por que? Deixa de ser chato, cara!” A razão para isso é pelo simples e grandioso fato de que quem sobe no ringue para nos entreter e nos emocionar não são máquinas, mas seres humanos, com sensações, emoções, sonhos e uma vida a se seguir, que precisa ser respeitada. E isso exige de nós que saibamos cuidar das pessoas como o que elas realmente são, que é uma das forças motrizes da luta livre profissional. Quando alguém que tem um problema que precisa de tratamento a longo prazo volta em tempo recorde (a primeira lembrança que aparece é a dos retornos-relâmpago de John Cena), só vem a mente duas causas: ou a medicina avançou a ponto de acelerar o tratamento ou a pressão da empresa para a volta, com o objetivo de preencher histórias e atrair público, fazendo a roda financeira girar, para alegria dos executivos.
Precisamos trazer à compreensão de que os tempos que vivemos dentro das corporações esportivas (e todas as outras) pedem, da parte de quem gerencia, um carinho todo especial com seu capital humano. Quero muito crer que a volta de Ember Moon antes do tempo previsto de uma lesão que quase a sentenciou ao final de sua carreira tenha como razão o avanço da medicina. Mas, o capital grita e pede todo esforço possível, em prol de um entretenimento que tem uma bela casca, mas, em suas entranhas, destrói mais que constrói. E que o tempo faça sua parte e cuide de todos.
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