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Obrigado, Brodie.

No dia 26/12/2020, de forma surpreendente e dolorida, o mundo do Pro Wrestling perdeu o Brodie Lee aos 41 anos. Provavelmente foi um dos fatos que mais doeu não só nos amigos do “Big Rig”, mas também nos fãs, e hoje eu decidi unir alguns membros do Wrestlemaníacos para que falassem sobre o sentimento acerca desse ocorrido:


Quando eu conheci a luta livre me apaixonei pela modalidade. Assim como a grande maioria de pessoas, quem me apresentou esse louco mundo foi a WWE, na época do Esporte Interativo. Eu via o Randy Orton ouvindo vozes, John Cena sendo o típico americano, Undertaker vindo das cinzas. Esse amor foi apagando aos poucos por motivos diversos, mas em 2014 quando assisto pela primeira vez um Monday Night RAW ao vivo no Fox Sports eu senti aquilo tudo de volta, senti aquela emoção, senti aquele ânimo, vi que aquilo era o que realmente me fazia feliz. Por alguma coincidência do destino (ou não) em meu retorno ao wrestling vi um combate da Wyatt Family, vi aqueles caras assustadores e extremamente diferente dos demais e pensei que ali seria meu refúgio, aquele show, aquela empresa, aqueles caras seriam minha válvul de escape.

A Wyatt Family se tornou minha facção preferida e pouco a pouco eu ia me aproximando mais da história de cada membro daquele time, eu achava tudo tão incrível. Mas um dia aquilo acabou, todos se separaram. Jon Huber chegou a ter grandes conquistas neste tempo e eu me orgulhava de todos eles, mas infelizmente isso um dia acabou, ele saiu da WWE e eu imaginei que não teria mais este contato com o saudoso Luke Harper, o homem que segundo Marco Alfaro, rolava no ringue como um crocodilo, mas para a minha felicidade eu estava enganado.

A AEW surgiu e trouxe de cara grandes nomes pra ela, quando esse tal de “Exalted One” surgiu eu nunca imaginei que seria o Jon, fiquei chocado e extremamente feliz por isso, a trajetória dele na AEW me fez sorrir demais por ver aquele “velho amigo” se dando muito bem em outra empresa.

Não posso dizer que acompanhei a trajetória dele pelas indies, não posso dizer que sou o fã número um dele, mas só eu sei o quanto esse cara mesmo sem saber me ajudou, simplesmente subindo num ringue e fazendo o que ele sabia fazer. No dia em que recebi a notícia do seu falecimento fiquei chocado. Meu primo me contou, ele nem gosta de wrestling, mas só por saber o meu sentimento ele foi atrás de informações para mim. Eu então completamente desconcertado comecei a entrar em todos os sites de notícia para tentar descobrir se aquilo era verdade. Para a minha tristeza todos confirmavam, até mesmo sua esposa e a AEW confirmaram.

No show em sua homenagem eu não parava de chorar por um minuto, foi como se eu perdesse um amigo de fato. Hoje só quero desejar a todos os fãs,
amigos e a família de Jon Huber minhas condolências novamente, eu espero que ele esteja em um ótimo lugar agora, e para encerrar quero dizer muito obrigado ao homem que muitas vezes me salvou sem ao menos saber que eu existo.

Obrigado, Jon!

— Bruno Leonardo


Eu fui o responsável de reportar a notícia da morte do Brodie no portal dos Wrestlemaníacos. Era época de natal, ninguém de nós esperava notícias importantes, mas o anúncio do seu falecimento deixou em choque a nossa equipe.

Eu não prestei atenção a a grande parte do Brodie. Não assistia a cena independente enquanto ele era uma estrela em empresas como Chikara ou CZW. Estava tomando um descanso da luta livre enquanto ele fazia sua estreia com a família Wyatt, como Luke Harper, e tinha sua baita rivalidade com o Shield. (Sua 6-Man Tag no Elimination Chamber é um clássico). Quando meu amor pelo Pro Wrestling retornou, ele destacou por acima do elenco da WWE graças a o seu “Look” esquisito. Mas na época, considerava que ele era apenas o ajudante do Bray Wyatt.

Minha opinião mudou na estrada ao WrestleMania 35. Ele foi a estreia da rivalidade entre Bray e Randy Orton. Como muitos fãs, eu achei que merecia fazer parte da sua luta pelo Campeonato da WWE. Merecia ganhar o cinturão? Não. Mas sim ter seu momento no maior show do ano. Infelizmente, não lhe entregaram uma oportunidade. Estragando a rivalidade, na verdade. Durante o resto do seu tempo na WWE como parte dos Bludgeon Brothers. Dupla da qual eu gostava, mas, que depois de ver o potencial dele, achei que não era o lugar correto para o Harper. Uma vez que decidiram que Rowan devia mudar de direção. Harper foi completamente esquecido até a sua demissão.

Chegou à AEW, com outra oportunidade de exibir o seu potencial. Mas vou ser
sincero, não gostei dos seus primeiros meses dentro da empresa. Acho que simplesmente não demonstrava o talento que eu lembrava. Foi assim até sua luta com o Jon Moxley. Um baita combate, que demonstrou que o Moxley podia ser um digno Campeão Mundial, e que o Lee merecia estar no patamar mais alto de qualquer empresa. Eventualmente ganhou o Campeonato da TNT, e arrumou a bagunça que era Dark Order nesse momento. Uma facção sem rumo, que precisava de uma liderança. Sua chegada causou um impacto positivo em todos seus membros.

Sumiu após de perder seu cinturão contra o Cody de novo. Todos achávamos que apenas tinha uma lesão, mas resulstou que era algo muito mais grave. Seu final foi chocante para mim porque é uma prova mais que a vida não está garantida para ninguém. Ele ainda tinha muito que fazer: lutar frente a uma torcida de novo, por exemplo. Infelizmente, não acabou de completar muitos dos alvos que ainda tinha na sua vida.

A maior tristeza da morte do Brodie, não obstante, não são os momentos que ainda tinha que mostrar para os fãs. É o buraco que deixou naqueles que conheceu em vida. Seus amigos, e principalmente, sua família. Um ano depois da sua partida, eu ainda sinto a mesma pena que senti pela família Huber no momento que escrevi a notícia. O constante amor que a industria da luta livre deu para ele antes e depois da sua morte demonstra a grande pessoa que ele foi. Isso é um logro mais importante que qualquer cinturão, combate o promo. Descansa em paz, Jon Huber.

— César Mendoza


Uma das coisas que me faz ser tão apaixonado pela arte que assistimos todos os dias, é a proximidade que um Pro Wrestler pode ter de nós mesmo estando a milhares de kms de distância, e uma das tônicas dessa proximidade é sentir o mesmo que a pessoa sente nos seus melhores e piores momentos.

Eu estava assistindo dentro de um 368, voltando da Camorim em direção a Candelária, o título do Kofi Kingston na WrestleMania 35, o grito de alegria foi tão alto que até uma senhora olhou pra minha cara, com um olhar de repreensão pelo provável susto que dei nela, mas tudo bem, foi como se eu estivesse na primeira fila do MetLife Stadium.

Da mesma forma, quando eu soube que o Brodie Lee tinha falecido, eu tentei digerir essa notícia da mesma forma que outros fãs, mas não deu, até hoje pra ser sincero eu não consigo digerir isso.

O Brodie Lee pra mim era bem mais do que a mística que seu nome envolvia (de um homem grande que era excelente in-ring), ele era genial, dedicado, um amigo maravilhoso, dava para perceber com ele lutando que ele era mais do que apenas um barbudo de dois metros.

Uma das coisas que mais me tiram do eixo sabendo da morte dele é que provavelmente ele estava no melhor momento da sua carreira, fazendo tudo que ele queria e podendo dar atenção para a Amanda e para os filhos.

Ele transpirava emoção, paixão ao ver ele lutar, ele me fez amar o sentimento de odiar ele em 2014, ele me fez sentir que ele teria uma oportunidade em 2016/2017, ele até hoje me faz acreditar que como homem, se eu chegar a 10% do que ele foi, eu estarei completo, realizado.

Brodie foi inspiração dentro e fora dos ringues, e esse sentimento de perca não vai sarar, mas vai me fazer entender que ele foi mais do que nós todos imaginávamos, o que nos resta é se espelhar naquilo que ele deixou.

Obrigado, Brodie/Jon.

— Érick Araújo

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