A presença de uma ring girl – mulher que entra no ringue entre os rounds de uma luta de artes marciais (e antigamente na luta livre brasileira) carregando uma placa que mostra o número do round (no caso da luta livre “round único”) – nos combates do programa Campeões do Ringue, apresentado pela BWF na TV WA, tem incomodado fãs que assistiram aos três episódios já lançados.
O descontentamento gerou comentários no chat da transmissão do show de ontem (3) na Twitch da TV WA, que foram rebatidos pelo comandante da BWF Bob Júnior. Uma das declarações mais comentadas por fãs e criadores de conteúdo foi Bob ter chamado quem não gostou de “doutores da internet”, ironizando as críticas.

O lutador Adam Black deu sua opinião sobre o assunto pelo Twitter, tentando levar o foco para as lutas. O tweet foi curtido por lutadores da BWF.
A resposta da BWF
Em contato com o Wrestlemaníacos, Bob Júnior diz querer se retratar pelo comentário e que nunca foi a intenção ofender alguém, colocou-se também à disposição para qualquer esclarecimento.
O dirigente explicou a presença de uma ring girl e disse que tanto ela quanto a ring announcer são contratadas da TV WA, assim como também a presença delas foram sugestões da emissora: “O público mais saudoso, que assiste pela TV, gosta da ring girl, muitos deles. Temos que respeitar a vontade da emissora”.
Bob revelou que a ring girl é uma possível fonte de renda, tendo recebido contatos de três patrocinadores interessados em investir tanto na roupa dela quanto na placa que carrega. “As empresas de fora não necessitam de patrocínio, o público compra ingresso, aqui no Brasil não, é muito fácil o pessoal falar, mas quando fazemos um show, poucos vão assistir, comprando ingresso para ajudar. Então temos que, de alguma forma, ter uma captação de recurso, e a emissora também vê esse potencial”, afirmou.
Ele continua: “Eu vejo hoje a ring girl como uma dessas formas [de captação de recurso], usando como patrocínio suas roupas e placa, se pudesse ser diferente seria, mas infelizmente é uma realidade da luta livre no Brasil”. E lembra: “Esse programa é o Campeões do Ringue, no BWF Telecatch nós não temos nada disso. A ring girl não é uma prioridade na BWF”.
Críticas no chat da transmissão na Twitch
Bob mostrou insatisfação com o grande número de críticas no chat da transmissão do show pelo canal da TV WA na Twitch: “Uma coisa desagradável é o pessoal entrar no chat da emissora para criticar dessa forma, porque depois a emissora fecha as portas e a gente perde um veículo de divulgação como esse e aí o pessoal vai reclamar que as emissoras de TV não dão espaço para a luta livre nacional, tem que tomar muito cuidado com isso. Se a pessoa quer criticar, tem outros lugares, sempre vamos responder. Tínhamos que ponderar um pouco isso”, disse.
“Sempre respeitamos e respondemos comentários de qualquer fã e produtores de conteúdo, só que dentro de um site de uma emissora que está abrindo espaço pra luta livre nacional não é lugar pra isso. Fica uma coisa deselegante, chegou um momento que só tinha palavras negativas, e isso não é legal, não ajuda em nada”, completou.
“Doutores da internet”
A expressão “doutores da internet”, usada pelo diretor da empresa, foi o maior motivo da polêmica. “Tem muita gente que eu respeito demais, que tem muita propriedade pra falar da luta livre [nacional], mas tem uma grande minoria que só entra pra criticar. Não só no caso da ring girl, coisas que estou ouvindo na internet nos últimos tempos, caras que estão dando entrevistas como se fossem doutores da luta livre e que não sabem nada, nunca vivenciaram a luta livre, nunca pisaram num tatame, nem num ringue. É isso que quis me referir”, declarou.
“Eu não falei do pessoal que estava no chat, esse pessoal eu até agradeço, porque estavam assistindo a BWF e colocando sua opinião, só que uma minoria na internet que entra para criticar está prestando um desserviço para a luta livre nacional e está ganhando força, isso atrapalha no geral”, finalizou.
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