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WWE pode ter acobertado caso de estupro a Ashley Massaro

O ocorrido com Ashley Massaro teria sido em uma turnê no Oriente Médio.

Conforme informamos em nossas redes sociais, na ultima semana a ex-wrestler da WWE Ashley Massaro faleceu aos 39 anos de idade. A ex-campeã do Divas Search 2005 foi encontrada morta na ultima quinta feira em sua casa pelos médicos, após um pedido de emergência ser feito da residência da mesma. Existe a suspeita de suicídio da vítima, que sofria de depressão, que segundo Ashley, foi causada pelas várias concussões sofridas em seu tempo de WWE e as constantes pancadas na cabeça teriam lhe causado CTE (Encefalopatia Traumática Crônica em inglês), uma doença degenerativa causada por lesões microscópicas devido a frequentes pancadas na cabeça e que podem causar demência, perda de intelecto, mal de Alzheimer, entre outros problemas.

O problema é bem conhecido no ramo do futebol americano por causa do contato excessivo das cabeças dos jogadores. Na luta livre, o caso mais famoso é o de Chris Benoit, que ficou com problemas mentais devido ao CTE e acabou assassinando sua mulher, um de seus filhos e cometendo suicídio posteriormente.

Conforme informamos em 2016 aqui no Wrestlemaniacos, Ashley e outros 52 ex-lutadores da WWE processavam a companhia de Vince McMahon por danos cerebrais e concussões causados pelo tempo de trabalho na empresa, mas o processo ainda corre na justiça americana. Além disso, Ashley Massaro processa a empresa também por uma acusação de acobertamento de estupro em uma turnê da empresa no Oriente Médio.

Devido à morte da mesma por suicídio, arquivos contendo o depoimento da Ashley sobre o estupro sofrido e a forma como Vince McMahon lidou com a situação acabaram vindo à tona nos últimos dias. Um usuário do Reddit divulgou todo o depoimento de Massaro, e nós resumimos a história abaixo. ATENÇÃO: A leitura a seguir pode ser traumatizante para algumas pessoas.

Ashley Massaro, junto de outros lutadores da empresa (Entre eles Ron Simmons, Maria Kanellis e Jimmy Hart, além do produtor Gary Davis) estavam em turnê pelo Oriente Médio, visitando as tropas americanas na Arábia Saudita, Afeganistão e Kuwait. Durante a viagem ao Kuwait, Ashley passou mal e foi levada por Gary Davis a um hospital base do exército, com suspeita de desidratação. Porém no local, a mesma teria ficado isolada em uma tenda sozinho com um suposto médico do exército, que a drogou e estuprou na ocasião. Segue o trecho traduzido:

“(…) Depois de algumas horas (na tenda tomando soro para hidratação), um homem usando uma camisa laranja e calças cargo apareceu, e eu ouvi de outros soldados que era o aniversário dele. Ele se apresentou como um médico do exército americano, mas eu observei que todos os outros doutores estavam usando jaleco, então eu não sabia se era verdade. Ele estava com uma mulher que utilizada uniformes miliares. Enquanto eu estava na maca, ele encostou em mim e colocou uma substância desconhecida por seringa no meu braço. Quase que imediatamente, o “doutor” e a moça fardada me levaram para outro lugar que não parecia com um consultório, e me colocaram sobre uma mesa. A mulher ficava de vigia na porta enquanto o homem injetava outra droga em mim, me deixando incapaz de mover meu corpo ou sequer gritar.

O homem então começou a me estuprar e sodomizar violentamente. Eu estava completamente indefesa nessa situação, e a droga que ele injetou em mim me paralisou. Por mais que eu não pudesse me mexer, eu estava totalmente consciente em cada segundo do ataque. Eu estava sentindo uma dor absurda enquanto ele penetrava em mim com força e contra minha vontade. Cada segundo foi massacrante e eu nunca me senti tão indefesa ou assustada em toda minha vida. Foi um pesadelo acordado. (…)

(…) Finalmente, Gary retorna e bate na porta. A mulher e o homem gritam “um minuto” e jogam uma colcha suja sobre mim enquanto eu estava nua sobre a mesa. Então Gary entra na sala e pergunta para eles o que estava acontecendo, enquanto eles estavam completamente perdidos. Na hora, eu estava nua e minha voz torta, então Gary me envolve com a colcha e me coloca de volta no carro de volta ao hotel, e depois me coloca na minha cama, pois eu precisava dormir. (…)”

Esse trecho da história vai de encontro com algo relatado em 2006 por Jimmy Hart no blog “Straight For the Hart”, onde Jimmy contava em cinco partes sobre a viagem da equipe ao Oriente Médio. Na parte 4 ele cita a ida de Ashley Massaro ao hospital local por desidratação.

Ashley voltou sozinha aos EUA enquanto o resto da equipe terminava a turnê. De volta à WWE, foi questionada pelos superiores da empresa sobre o acontecido, entre eles Vince McMahon, Kevin Dunn e John Laurinaitis. Segue o trecho:

“(…) Vince comandou a reunião com esses homens e pediu para eu recontar o que aconteceu no Kuwait. Então ele disse que não era interessante para a WWE que eu fizesse com que essa informação sobre o estupro se tornasse público. Eu estava completamente traumatizada naquela hora e então eu concordei. Estava claro que aquilo não era uma conversa e eles tomaram uma decisão sem me consultar, então Vince pediu que eu mantivesse o assunto confidencial. Vince ainda pediu desculpas pelo ocorrido, mas se mostrou bastante estressado com o fato que eu poderia revelar o acontecido e destruir o relacionamento entre a WWE e o exército americano.

Ele me disse para não deixar que uma experiência ruim arruinasse o bom trabalho que eles estavam fazendo. A falta de sensibilidade ao se referir ao acontecido como “uma experiência ruim” me deixou sem palavras. Vince disse que eu não voltaria a viajar para o Oriente Média nunca mais e que a WWE criaria uma nova politica de deixar todas as lutadoras da empresa acompanhadas o tempo inteiro por alguém do staff durante as viagens ao Oriente Médio para que isso não se repetisse. Isso não me fez me sentir melhor com a situação. Eu já havia sido vitima daquilo e os danos já foram feitos. Eu me senti tão derrotada no momento que parecia inútil protestar sobre aquilo. (…)”

O depoimento completo de Ashley Massaro sobre o caso você confere clicando aqui.

 A WWE se posicionou sobre as acusações de Ashley no momento da abertura de processo contra a empresa por parte da ex-lutadora:

“As falsas alegações feitas por Ashley Massaro obtiveram sucesso em alcançar seu propósito impróprio, como evidenciado pela ampla atenção que recebeu da mídia após a apresentação de queixa neste caso.”

A resposta completa da WWE sobre as acusações feitas por Ashley você confere aqui.

O caso ainda corre em julgamento, e não se sabe se haverá novidades agora que Ashley não se encontra mais viva. Qualquer novidade sobre o assunto você confere aqui no Wrestlemaníacos.

Violência sexual contra mulheres como ocorrido com Ashley Massaro é crime grave e a punição pode chegar a 30 anos de prisão. Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) e denuncie!

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